Na busca de sua alma e do sentido de sua vida, os viajantes destes caminhos nos revelam que somente o Amor é capaz de engendrar a Alma, mas também o Amor precisa da Alma. Assim, em lugar de buscar causas, explicações psicopatológicas das nossas feridas e dos nossos sofrimentos, precisamos em primeiro lugar amar a nossa alma, assim como ela é.
Deste modo, é que poderemos reconhecer que
estas feridas e estes sofrimentos nasceram de uma falta de amor. Por outro lado
revelam-nos que a alma se orienta para um centro pessoal e transpessoal, para a
nossa unidade e a realização de nossa totalidade. Então, a nossa própria vida
carrega em si um sentido, o de restaurar a nossa unidade primeira. Enfim, não é
o espiritual que aparece primeiro, mas o psíquico, e depois o espiritual. É a
partir do olhar do íntimo espiritual interior que a alma toma seu sentido, o
que significa que a psicologia pode de novo estender a mão para a teologia.
Esta perspectiva psicológica nova é fruto do esforço para libertar a alma da
dominação da psicopatologia, do espírito analítico e do psicologismo, para que
volte a si mesma, à sua própria originalidade. Ela nasceu de reflexões durante
a prática psicoterápica, e está começando a renovar o modelo e a finalidade da
psicoterapia.
Jung conheceu o caos da depressão e viveu
o último estágio da dor humana. Foi a
dor que o salvou. Bendita dor. Nunca alguém o tinha visto chorando, mas agora
ele aprendeu a “santa” linguagem das lágrimas.
Jung procurou ajuda e começou a caminhar
pelo labirinto de sua alma. Andou por lugares nunca antes pisados. Caminhou
pelas vielas do seu próprio ser e descobriu que nunca tinha sido forte. Quando
começou a entender que a grandeza de um homem está em compreender e aceitar os
limites de sua real dimensão, encontrou o horizonte.
Sua emoção começou a brilhar. Passou a
conquistar as pessoas, não pelo poder, mas pelo amor e diálogo. O “rei” perdeu
seu trono, mas ganhou o coração dos que o rodeavam. Tornou-se um admirável ser
humano. Ficou pequeno por fora, mas grande por dentro.


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