terça-feira, 22 de maio de 2018

Conhecimento Próprio


Conhecimento Próprio
       
O conhecimento próprio é condição necessária para progredir na vida espiritual.
      O início do caminho espiritual supõe o conhecimento próprio para chegar ao conhecimento de Deus.
   Para São João da Cruz[1], o conhecimento próprio consiste no perfeito amor de Deus e desprezo de si mesmo.       
        O conhecimento de Deus e o conhecimento próprio é exercitado num e noutro. Ele, o conhecimento desfruta de um, sendo elevado por Deus; ele prova do outro, sendo por ele humilhado, até adquirir hábito perfeito destas duas espécies de conhecimentos.
        Por isso, ponhamos os olhos em Cristo, nosso bem, e com Ele, bem como com seus santos, aprenderemos a verdadeira humildade. Isso nos enobrecerá o intelecto e evitará que o nosso conhecimento próprio se torne rasteiro e covarde.
        A noite ajuda-me a conhecer o primeiro e principal proveito causado na alma, pois esta seca e escura noite de contemplação é o conhecimento de si mesma e de sua miséria.
        Portanto, depois do exercício do conhecimento próprio, a consideração das criaturas é a primeira que se acha neste caminho espiritual, como meio para ir conhecendo Deus criador de todas as coisas visíveis e invisíveis.
        Em Mysterium Coniunctionis[2], Jung observava que o conhecimento de si próprio, no sentido mais completo do termo, não é nenhum passatempo restritamente intelectual, mas  sim uma viagem através dos quatro continentes, na qual alguém se encontra exposto a todos os perigos por terra, por mar, no ar e no fogo.
      Santa Teresa vai dizer que é muito bom, extremamente bom, entrar primeiro no aposento do conhecimento próprio antes de voar aos outros, porque esse é o caminho.   Só  podemos ir pelo seguro e plano, para que haveremos de querer asas para voar? Devemos, pelo contrário, aprofundar-nos mais no conhecimento de nós mesmas. E, que jamais chegamos a nos conhecer totalmente se não procurarmos conhecer a Deus. Olhando a sua grandeza, percebemos a nossa baixeza; observando a sua pureza, vemos a nossa sujeira; considerando a sua humildade, constatamos como estamos longe de ser humildes.





[1] Cf. Mosteiro das Carmelitas Descalças do Jabaquara. Curso Noções de Vida Espiritual. São Paulo, p.18.
[2] Cf. JUNG, Carl Gustav. Mysterium Coniunctionis. Petrópolis: Vozes, p.206-207.

FONTE: Ilustração: https://www.google.com.br/search?tbm=isch&sa=1&ei=OmQEW-6EIrBwAT4nYb4Cw&q=conhecimento+pr%C3%B3prio&oq=conhecimento+pr%C3%B3prio&gs_l=img.12..0i24k1.83593.87096.0.89160.10.10.0.0.0.0.709.1978.0j1j5j6-1.7.0....0...1c.1.64.img..3.1.700....0.3-GvpRwczA8#imgrc=L8lWu1b1iJ6mGM:

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