terça-feira, 29 de maio de 2018

Deus não se dá fora, mas sim dentro do ser humano


CONCLUSÃO

       
“Karl Rahner escreveu que “o homem espiritual de amanhã será um místico, alguém que experimenta algo”. Eu acrescentaria, que esse místico será um místico da alma, um místico da interioridade. No decorrer da história do cristianismo, esta mística sempre existiu, e encontrou seu apogeu em santa Teresa d´Ávila”.
                                                   
Dr. Leon Bonaventure.[1]


     
     O homem, providência ou não, ao mesmo tempo em que evoluiu de maneira surpreendente nestes últimos três séculos (XIX, XX e XXI) no conhecimento científico-tecnológico (como por exemplo a Física Quântica, Teoria da Relatividade de Albert Eistein, televisão, computadores, transmissões via satélite, conquista do espaço sideral, aviões, energia nuclear, etc.), no conhecimento genético, neurológico, cardiovascular (como por exemplo a clonagem, o exame de D.N.A. para determinar a paternidade, intervenções cirúrgicas no coração, inclusive do “feto” dentro do útero da mãe, o “Genoma”, etc.), evoluiu, também, na busca de algo que dê sentido a sua Existência.
      Mesmo com o secularismo (fenômeno histórico dos últimos séculos pelo qual as crenças e instituições religiosas se converteram em doutrinas filosóficas e instituições leigas), ou o ateísmo (falta de crença em Deus), não é mera coincidência que nestes mesmos séculos surgiram novas denominações religiosas buscando apaziguar e dar respostas ao sentido da existência humana.
        Atualmente, após alguns anos da passagem do milênio, verificamos uma valorização e busca do transcendente, do místico, do esotérico, do mágico para resolver os problemas urgentes (como por exemplo o desemprego) e que possivelmente pode levar o ser humano a umas experiências religiosas superficiais, ilusórias e enganadoras.
       Teresa e Jung nos apontam como primeiro passo essencial, para uma experiência religiosa profunda envolvendo todo o ser da pessoa, um contínuo auto conhecimento para que o homem possa distinguir aquilo que lhe é próprio, aquilo que é do outro e aquilo que lhe é transcendente (entendido aqui como ser transcendente que podemos chamar de Deus, tanto no sentido metafísico-filosófico quanto no teológico-cristão).
        Esta viagem rumo ao centro místico da alma em direção a Deus não se dá fora, mas sim dentro, no profundo, no centro do ser humano. Por isso defendemos a tese de que o centro místico da alma da pessoa humana é o lugar em que há o encontro consigo mesmo, é o lugar de experiência do Transcendente e o meio que leva a esta experiência, além de um profundo e contínuo auto conhecimento, é o caminho da oração que o leva a comunhão com Deus, consigo e com o próximo.





BIBLIOGRAFIA

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[1] WINCKEL, Erna van de. Do inconsciente a Deus. São Paulo: Paulinas, 1985, p.14. 


FONTE: Ilustração: https://www.google.com.br/search?q=imagem+de+Karl+Rahner&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=hSoDF032PyH16M%253A%252CbvTA_-ryrX3ohM%252C_&usg=__lzkl3j4ritgwUdVmFk53jhnuUbs%3D&sa=X&ved=0ahUKEwjAq4CDlpraAhXIhJAKHdoTDAwQ9QEIKzAB#imgrc=oTIdp4NI_EPCnM:



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