TRABALHO - HONESTIDADE - MORALIDADE - ÉTICA
Agradeço seu carinho, respeito, sinceridade e confiança.
É com minha história de vida e dedicação, como Teóloga e Filósofa que luto pela Ética e Moralidade, às causas justas na busca pela igualdade e honestidade, e com o compromisso de no futuro continuar lutando por nossos ideais éticos e morais na democracia brasileira que me coloco e peço seu apoio nesta caminhada.
Leia:
O Vácuo Ético da Crise
Hoje, há uma perda de referência de valores – e isso se deve, em grande parte, à pluralidade contemporânea. Aliás, vivenciamos cada vez mais a corrupção. Pois, digo: a crise atual não é “só” política, é ética.
A crise dos valores éticos não é algo recente. Mas é sentida principalmente quando estamos em meio aos efeitos de colapsos econômicos e políticos que, por sua vez, influenciam nas relações humanas. No livro O Princípio da Responsabilidade, o filósofo alemão Hans Jonas (1903-1993) fala que experimentamos um “vácuo ético”. Apesar do nome soturno, há um lado positivo: somos forçados a revisar valores e clamar por transparência.
O termo Ética vem do grego ethos, que significa “a morada do homem” – local onde o indivíduo habita e desenvolve um estilo de vida. Assim, remete ao conjunto de conhecimentos que o ser humano tem de si próprio e da natureza; isso gera também um código de conduta.
E, se os dias de hoje são marcados pelo processo de globalização, “a morada do homem” deve ser mais de uma, ao mesmo tempo. Agora, os princípios éticos encontram a diversidade de crenças e ideologias. O fenômeno da pluralidade concedeu, ao ser humano, maior liberdade para expressar sua maneira de interpretar a vida. No âmbito religioso, por exemplo, o diálogo serve como uma ferramenta de aproximação entre diferentes crenças, reforçando a tolerância.
O totalitarismo, então, torna-se ainda mais danoso. A filósofa alemã Hannah Arendt (1906-1975) diz, em seu livro Condição Humana, que uma política totalitária “abre espaço para a violência e eventual destruição da esfera pública”. E que, ainda, práticas desse tipo se fazem presentes inclusive em democracias liberais.
O pensamento atual rejeita o conceito de que existem verdades absolutas. Todo discurso é relativo e depende do contexto sociocultural em que as pessoas se inserem. Antes, um código de conduta regia os princípios de toda uma sociedade; hoje, um conjunto de normas não consegue alcançar a universalidade de um mundo cada vez mais plural.
Os moldes, que lapidavam as maneiras de agir de cada um, se dissiparam assim que confrontados com o processo de globalização. Aquele mundo hegemônico aspirado pelas instituições (como família, escola, igreja, estado, justiça, política) acabou por se tornar uma distopia. Dessa maneira, a crise atual também carrega uma crise de autoridade.
A incapacidade de fixar valores coletivos trouxe consigo um buraco para controlar o funcionamento da máquina pública. Com isso, houve a abertura para um tipo de egoísmo – refletido, por exemplo, no crescimento da corrupção. Na era do vazio, a confiança e a fé se dissolveram. Por isso, o mundo se anestesiou.
Esse abalo gera complicações agravantes, tais como uma cultura na qual “riqueza” de bens é sinônimo de “êxito” e “felicidade”; uma economia consumista em que “ser” consiste em comprar, consumir, usar e desperdiçar; uma identidade social marcada por aquisições de mercado e não por ideologias.
Se os problemas individuais são partes destoantes de um mesmo cenário global, o que precisamos é reconhecer a dimensão de nossos atos e estabelecer uma conexão enquanto sociedade. Dessa forma, a saída mais coerente é promover o encontro entre indivíduos – o reconhecimento de diferentes realidades.
Claro, a exposição da crise ética tem causado pequenas mudanças com impacto positivo. Há, em resposta, um movimento crescente de pessoas que buscam um estilo de vida saudável, bem como a valorização da mão-de-obra local e uma luta por “empoderamento” de minorias. Aliás, quem sabe a resposta para o vácuo ético está embutida na pluralidade contemporânea?
A meu ver, a crise anuncia a falta de dispositivos essenciais para que a sociedade funcione. O vazio de projetos coletivos precisa ser preenchido com o resgate de valores morais, como a honestidade. E os valores, por sua vez, precisam acompanhar a evolução humana, reinventando-se numa mesma frequência.

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