domingo, 8 de outubro de 2017

VIAJANDO NO MUNDO DA MÍSTICA



        Definição da mística a partir das Obras teresianas e junguianas.


       A palavra mística pode designar realidades ocultas, secretas, misteriosas e neste sentido, convém notar que a raiz da palavra mística, mistikós, significa conhecimento direto e experimental de Deus em seus mistérios.
     Etimologicamente, mística provém de myô. Este verbo significa o procedimento de fechar os olhos e olhar para o interior. Daí se deriva sobretudo o tipo de mística do mergulho no divino.
      Mística quer dizer antes de tudo aquilo que se refere à celebração dos mistérios cristãos.
     Místico é aquilo que tem relação com os santos mistérios, e eles o aplicaram, sobretudo, para expressar a transformação operada nos cristãos através dos sacramentos: batismo, eucaristia, etc...
        A mística é a parte da ciência espiritual que tem por objeto a teoria e a prática da vida contemplativa, desde a primeira noite dos sentidos e da quietude até o matrimônio espiritual.
        Por mística, entendem-se também os segredos da graça nas almas, ou seja, aqui se entende por mística toda comunicação sobrenatural com Deus, através da fé que adere à sua palavra, da esperança e do amor que conduzem a Ele e da graça que nos faz participar de sua vida.
       Os místicos, que conhecem a alma por dentro, não se enganam. Ouçamos Santa Teresa d’Ávila: “Consideremos nossa alma como  um  castelo,  feito  de  um  só  diamante  ou de limpidíssimo cristal. Neste castelo existem muitos aposentos, assim como no céu há muitas moradas”. E acrescenta: “Por agudas que sejam, as nossas inteligências não chegam a compreendê-la verdadeiramente (a beleza da alma), assim como não compreendem a Deus. É ele próprio quem diz nos ter criado à sua imagem e semelhança”. O místico é alguém que se sente atraído e seduzido por Deus.
       Para Leonardo Boff, a mística bíblica é uma mística dos olhos abertos e das mãos operosas para servir a Deus.
       A mística cristã gera um conhecimento mais íntimo e profundo de Deus e dos seus mistérios, o místico tem uma percepção quase experimental e direta da presença de Deus.
        Este movimento de atração e de atenção voltada para o interior, não afasta o místico cristão dos homens, pelo contrário, quanto mais ele está no centro de si mesmo, mais próximo se encontra dos irmãos, pois, o amor de Deus o impele a acolher, a servir e a amar a todos com o mesmo amor de Deus.
      A mística diz respeito a uma forma superior de experiência, de natureza religiosa, ou religioso-filosófica (Plotino), que se desenrola normalmente num plano transracional – não aquém, mas além da razão. Por outro lado mobiliza as mais poderosas energias psíquicas do indivíduo. Orientadas pela intencionalidade própria dessa original experiência que aponta para uma realidade transcendente, essas energias elevam o ser humano as mais altas formas de conhecimento e de amor, que lhe é dado alcançar nessa vida.
        A mística psicológica volta-se para a interioridade do sujeito, para, no mais profundo de Si-mesmo, encontrar a faísca da divindade. “Somos todos parte do divino.  Deus está em cada um de nós. Não há separação entre Deus e nós” diz Shirley MacLaine que é uma mística de mergulho no próprio eu, onde se encontram o repouso, a tranquilidade, a paz interior em oposição ao mundo agitado ruidoso. A identidade profunda, a essência mais íntima de si, é o mistério, próprio eu apreendido na sua última consistência.
       Mística também é algo simbólico ou simbolizado. Ou algo expresso através de símbolos. No que diz respeito ao culto pode-se usar a expressão mística por dois motivos: primeiro, porque se refere aos mistérios, segundo, porque esses mistérios se exprimem através de símbolos. Em um símbolo temos dois elementos que são: o invisível e o sensível.  Os Sacramentos são sinais sensíveis da graça invisível. O termo mais importante do uso místico, dentro dessa concepção, é a “leitura e busca do sentido místico da Sagrada Escritura”, onde cada texto da Escritura tem sempre um sentido simbólico que revela uma realidade escondida, sob a aparência do sentido histórico, exemplo: Cânticos dos Cânticos.



FONTE: Ilustração: https://www.google.com.br/search?

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