Definição da mística a
partir das Obras teresianas e junguianas.
Etimologicamente, mística provém de myô.
Este verbo significa o procedimento de fechar os olhos e olhar para o interior.
Daí se deriva sobretudo o tipo de mística do mergulho no divino.
Mística quer dizer antes de tudo
aquilo que se refere à celebração dos mistérios cristãos.
Místico é aquilo que tem relação
com os santos mistérios, e eles o aplicaram, sobretudo, para expressar a
transformação operada nos cristãos através dos sacramentos: batismo,
eucaristia, etc...
A mística é a parte da ciência
espiritual que tem por objeto a teoria e a prática da vida contemplativa, desde
a primeira noite dos sentidos e da quietude até o matrimônio espiritual.
Por mística, entendem-se também os
segredos da graça nas almas, ou seja, aqui se entende por mística toda
comunicação sobrenatural com Deus, através da fé que adere à sua palavra, da
esperança e do amor que conduzem a Ele e da graça que nos faz participar de sua
vida.
Os místicos, que conhecem a alma por
dentro, não se enganam. Ouçamos Santa Teresa d’Ávila: “Consideremos nossa alma como um
castelo, feito de um só
diamante ou de limpidíssimo
cristal. Neste castelo existem muitos aposentos, assim como no céu há muitas
moradas”. E acrescenta: “Por agudas que sejam, as nossas inteligências não
chegam a compreendê-la verdadeiramente (a beleza da alma), assim como não
compreendem a Deus. É ele próprio quem diz nos ter criado à sua imagem e
semelhança”. O místico é alguém que se sente atraído e seduzido por Deus.
Para Leonardo Boff, a mística bíblica é
uma mística dos olhos abertos e das mãos operosas para servir a Deus.
A mística cristã gera um conhecimento
mais íntimo e profundo de Deus e dos seus mistérios, o místico tem uma
percepção quase experimental e direta da presença de Deus.
Este movimento de atração e de atenção
voltada para o interior, não afasta o místico cristão dos homens, pelo
contrário, quanto mais ele está no centro de si mesmo, mais próximo se encontra
dos irmãos, pois, o amor de Deus o impele a acolher, a servir e a amar a todos
com o mesmo amor de Deus.
A mística diz respeito a uma forma
superior de experiência, de natureza religiosa, ou religioso-filosófica (Plotino),
que se desenrola normalmente num plano transracional – não aquém, mas além da
razão. Por outro lado mobiliza as mais poderosas energias psíquicas do
indivíduo. Orientadas pela intencionalidade própria dessa original experiência
que aponta para uma realidade transcendente, essas energias elevam o ser humano
as mais altas formas de conhecimento e de amor, que lhe é dado alcançar nessa
vida.
A mística psicológica volta-se para a
interioridade do sujeito, para, no mais profundo de Si-mesmo, encontrar a
faísca da divindade. “Somos todos parte do divino. Deus está em cada um de nós. Não há separação
entre Deus e nós” diz Shirley MacLaine que é uma mística de mergulho no próprio
eu, onde se encontram o repouso, a tranquilidade, a paz interior em oposição ao
mundo agitado ruidoso. A identidade profunda, a essência mais íntima de si, é o
mistério, próprio eu apreendido na sua última consistência.
Mística também é algo simbólico ou
simbolizado. Ou algo expresso através de símbolos. No que diz respeito ao culto
pode-se usar a expressão mística por dois motivos: primeiro, porque se refere
aos mistérios, segundo, porque esses mistérios se exprimem através de símbolos.
Em um símbolo temos dois elementos que são: o invisível e o sensível. Os Sacramentos são sinais sensíveis da graça
invisível. O termo mais importante do uso místico, dentro dessa concepção, é a
“leitura e busca do sentido místico da Sagrada Escritura”, onde cada texto da
Escritura tem sempre um sentido simbólico que revela uma realidade escondida,
sob a aparência do sentido histórico, exemplo: Cânticos dos Cânticos.
FONTE: Ilustração: https://www.google.com.br/search?


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