Uma entrevista à luz da Psicossomática
Tanto na doença como em qualquer outra situação da vida, o importante é observar o que está acontecendo conosco para entender o que precisa ser liberado e transformado
Qual a sua responsabilidade na desordem da qual você se queixa?
Célia: O que é psicossomática?
Profª. Juliana:
Psicossomática
Definição: Doença psicossomática pode ser
conceituada como uma desorganização mental, uma vez, que as dores, as sensações
são somadas no corpo pelo psiquismo, são as emoções não externalizadas, o
sofrer calado, alguns sentimentos reprimidos que na ânsia de se libertarem se
deslocam para o corpo, e sem causa orgânica. Em meados do século XIX, antes do
advento da Psicanálise é que surge Heinrotz, um psiquiatra alemão, que
reconheceu a influência das “paixões” em algumas doenças. Ele foi o primeiro a
utilizar o termo Psicossomática, sendo considerado por muitos o pioneiro nesse
campo. Outros vieram depois dele sustentando a importância dos afetos no
adoecer.
Todos nós somatizamos em algum lugar do corpo, alguma vez na vida. Mas
existem os casos mais graves onde essa situação se torna crônica e muito
constante, levando a pessoa a outras complicações.
Célia: Como você trabalha esse caso?
Célia: Como você trabalha esse caso?
Profª.
Juliana: Sendo professora da disciplina de psicologia, não posso atuar tão
diretamente num caso de psicossomática, uma vez que não misturamos as funções
dentro da instituição. Mas sou autorizada e devo, pelo juramento em prol da
saúde psíquica do homem, a manifestar-me.
Essa manifestação seria através de algum trabalho pontual em sala de
aula, favorecendo ao aluno que externalize suas emoções, que saia nesse
aprisionamento se permitindo viver seus pensamentos sem sofrimento, todavia em
paralelo a isso convocaria uma reunião com os profissionais/ colegas das
escolas, depois o aluno e seus pais para encaminhamentos psicoterápicos ou até
psiquiátricos.
Célia:
Você percebe algo na classe ou nos alunos?
Profª.
Juliana: Depende da relação estabelecida com esses alunos. Uma vez que a
psicossomática em muitos dos casos acaba que sendo verbalizada em dores, mas
também tem o caso do afastamento, da introversão, e por ter estudado o
comportamento humano e dar uma disciplina que me aproxima dos alunos, com
certeza detectamos quando algo não está nos padrões normais. Até porque eles
mesmos acabam se aproximando de nós psicólogos, de forma sutil, pedindo ajuda,
já que na fantasia da grande maioria, nós psicólogos temos a solução imediata
para aquilo que não é descoberto no concreto.
Célia: Você percebe quando um aluno adoece? Ou se dá conta da ociosidade?
Célia: Você percebe quando um aluno adoece? Ou se dá conta da ociosidade?
Profª.
Juliana: Acredito que a resposta acima complete essa.
Célia: O que você faria num caso como esse?
Profª. Juliana: Com certeza seguiria os seguintes passos:
Célia: O que você faria num caso como esse?
Profª. Juliana: Com certeza seguiria os seguintes passos:
Chamaria
primeiro o aluno para entender com ele, sob a visão dele o que está
acontecendo, se ele está percebendo, que dados ele pode me fornecer para ser
ajudado, toda uma conversa acolhedora para compreender os fatos, uma vez, que a
nossa tendência é inferir segundo a nossa visão, o nosso prisma, e isso mais
atrapalha que ajuda.
Sempre devemos ouvir aquele que manifesta.
Na sequência, com a autorização dele falaria com os colegas de trabalho para alinhar percepções, entender como estão procedendo, seja para trocar como orientar posturas. E finalizaria com uma conversa com os pais para esclarecer alguns pontos fazendo o devido encaminhamento fora da escola para esse aluno. Psicólogo em escola, só pode atuar como professor da disciplina, psicopedagogo ou psicólogo escolar, jamais como psicólogo clínico.
Isso por toda uma questão ética. Lembrando que em muitos dos casos é necessário, também com autorização do aluno, abrir para classe, tirando dúvidas estabelecendo o respeito mútuo entre eles.
Célia: Qual a melhor solução do problema?
Sempre devemos ouvir aquele que manifesta.
Na sequência, com a autorização dele falaria com os colegas de trabalho para alinhar percepções, entender como estão procedendo, seja para trocar como orientar posturas. E finalizaria com uma conversa com os pais para esclarecer alguns pontos fazendo o devido encaminhamento fora da escola para esse aluno. Psicólogo em escola, só pode atuar como professor da disciplina, psicopedagogo ou psicólogo escolar, jamais como psicólogo clínico.
Isso por toda uma questão ética. Lembrando que em muitos dos casos é necessário, também com autorização do aluno, abrir para classe, tirando dúvidas estabelecendo o respeito mútuo entre eles.
Célia: Qual a melhor solução do problema?
Profª.
Juliana: Existem duas boas soluções, a primeira delas é a chamada prevenção. Ou
seja, a partir do momento que é sabido a possibilidade de surgir a
psicossomática, devemos sempre trabalhar com a prevenção. Por isso mesmo que
alguns colégios, como o colégio Salgueiro, já contrata um profissional da área
que dentre as suas atividades, auxiliará para que as emoções fiquem mais
direcionadas, conhecidas e com finalidade. A segunda serve nas situações em que
a psicossomática já está desencadeada e a solução está no cuidado e na forma
que o assunto será abordado com os envolvidos (aluno, pais, professores, coordenação
etc.), porque é esse primeiro acolhimento, que bem esclarecido, dará a garantia
de que o encaminhamento feito pela escola seja prontamente atendido pelos pais
e pelo aluno. Porque sendo um aluno adolescente ele terá a liberdade de
escolher. É esse encaminhamento que ao meu ver será a solução mais efetiva. E
em muitos casos o encaminhamento mais comum é psicólogo (terapia), que
apropriado do caso poderá agregar mais alternativas para ajudá-lo.

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