sábado, 4 de agosto de 2018

A Jesus Cristo crucificado estando o poeta para morrer

Gregório de Matos





Meu Deus, que estais pendente de um madeiro,
em cuja lei protesto de viver,
em cuja santa lei hei de morrer
animoso, constante, firme e inteiro:

Neste lance, por ser o derradeiro,
Pois vejo a minha vida anoitecer,
É, meu Jesus, a hora de se ver
A brandura de um pai, manso cordeiro.

Mui grande é o vosso amor, e o meu delito:
Porém, pode ter fim todo o pecar;
Mas não o vosso amor, que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar
Que, por mais que pequei, neste conflito,
Espero em vosso amor de me salvar.


Bibliografia


MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. São Paulo: Cultrix, 1971.


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