Esse documentário vai abordar a
trajetória de Hitler e parte de sua cúpula nazista. Hitler não era um artista
medíocre, o nazismo tinha como princípio fundamental embelezar o mundo, nem que
para isso tivesse que destruí-lo. Muito antes de chegar ao poder, o líder
nazista sonhou em torna-se artista, produzindo várias gravuras, que
posteriormente foram utilizadas. Como modelo em obras arquitetônicas. Numa
época de grave crise, no período entre guerras, a arte moderna e contemporânea
foi apresentada como degenerada, para os nazistas as obras modernas e
contemporâneas distorciam o valor humano e na verdade representavam as deformações
genéticas existentes na sociedade, em oposição defende o ideal de beleza como
sinônimo de saúde e consequentemente com a eliminação de todas as doenças que
pudessem deformar o corpo do povo.
Nasce assim, uma medicina nazista que
valorizavam o corpo, o belo e estará disposta a erradicar os males que possam
afetar essa obra.
Para Hitler tudo que fugisse do
harmônico, do ordenado, da imponência e da fruição suave deve ser descartado,
tudo que escapava a isso era considerado feio, renegado, era colocado fora da
filosofia do belo.
O domínio sobre a França, Bélgica,
Holanda possibilitaram aos nazistas a pilhagem de obras de arte. Em 1941 a
conquista da Grécia; nova viagem de Hitler, que tinha na beleza da antiguidade
um de seus modelos.
O
documentário segue três eixos: A fixação paranoica dos nazistas na busca de um
ideal de embelezamento da sociedade, O uso da Medicina para legitimar o
discurso de estar “limpando a Alemanha” dos males físicos das pessoas e coisas
dita fora dos padrões, e a associação nada aprazível da etnia judaica a pragas
e doenças, como ratos e câncer. Em suma, os nazistas tinham a crença
tresloucada de que a sociedade com estes componentes, fora da estética
condizente à norma padrão, estava doente e somente o nazismo ofereceria esta
“cura”. Judeus, ciganos, comunistas, homossexuais, deficientes físicos e
mentais, ou simplesmente ser contra este enquadramento proposto como projeto de
mundo: estes pelo prisma nazista deveriam ser varridos da sociedade, pois aos
olhos de sua ideologia torpe, eram espécies de tumores que precisavam ser
retirados do mundo para não contaminarem a raça ariana.
O documentário dedica ainda um
bom tempo à perseguição e eliminação dos judeus como parte do processo de
purificação, não só da raça pura, mas de toda a cultura, mostrando o processo
de extermínio. Essa ideia de eugenia Hitler aplica a arte contemporânea, a arte
abstrata, a arte moderna, essa mudança vem a partir do século XVIII com o
surgimento da estética, onde começa a teoria formalista da arte, onde a arte
passa a ser avaliada pelo despertar dos sentimentos no espectador.
Entretanto, Hitler rompe com essa teoria
estética do século XVIII e resgata uma concepção grego-romano do belo, fotos de
retardados pessoas com problemas mentais são colocadas ao lado de obras de arte
contemporânea e moderna exatamente para mostrar que a obra de arte abstratas
moderna e contemporânea eram obras retardadas que deveriam ser extirpadas do
meio artístico.
O documentário pode ser avaliado também
do ponto de vista das teorias instrumentais da arte, pois para Hitler a arte é
política e uma arte ideológica.
Portanto, o documentário deixa muito
claro que há uma tentativa do ponto de vista estético dos nazistas e parte da
cúpula reformular a Europa.
Direção: Peter Cohen
Narração: Bruno Ganz.
Suécia 1992 – 121 minutos.
FONTE:
Ilustração:ttp://lounge.obviousmag.org/escritos_da_ansiedade/2015/08/arquitetura-da-destruicao-o-ideal-de-belo-maligno.html

Nenhum comentário:
Postar um comentário