Morada secreta de Deus
A contemplação mística se caracteriza
por um recolher as potências que são: inteligência, memória e vontade dentro da
alma.
Sabendo-se que se trata de um
recolhimento que também parece
sobrenatural, pois, não consiste em ficar às escuras ou em fechar os olhos, nem
em coisa alguma exterior. Os nossos sentidos e as coisas exteriores parecem ir
perdendo seus direitos, ao passo que a alma vai recuperando os seus, que havia
perdido. Falam que a alma entra em si; outras vezes, que se eleva acima de si.
Pois, para buscar a Deus no interior da alma, onde, mais que nas criaturas,
melhor o encontramos e com mais proveito, como disse Santo Agostinho[1],
que aí o achou, depois de tê-lo procurado em vários lugares. Não penseis que
ela possa ser alcançada por meio do intelecto, empenhando-vos em pensar que
tendes Deus dentro de vós, ou pela imaginação, imaginando-o dentro de vós.
No mais elevado grau de oração, o
místico entra no centro da alma onde goza de Deus. Com uma presença
sobrenatural, na qual a alma se une a Deus por amor e experimenta a presença da
Trindade.
Quando Nosso Senhor é servido,
compadece-se de tudo o que essa alma já
padeceu ansiando por sua presença e amor, tendo-a já
tomado espiritualmente por
esposa, antes de consumar o matrimônio
espiritual, põe-na em
sua morada. Deus deve possuir na alma uma habitação, digamos outro
céu, onde só sua Majestade habite...
Aqui se comunicam com ela e falam-lhe as três Pessoas.
Elas lhe dão a entender as palavras do Senhor: que virá Ele, com
o Pai e o Espírito Santo, para
morar na alma que o ama e segue seus mandamentos.[2]
“Para as almas que tanto anseiam saber o
lugar onde está teu Amado, a fim de buscares e a ele te unires! Já foi dito que
és tu mesma o aposento onde Deus mora, o retiro e esconderijo em que se oculta. Nisto tens
motivo de grande alegria, vendo como todo o teu bem e esperança se acham tão
perto de ti, a ponto de estar dentro de ti. Vede diz o Esposo, que o reino de
Deus está dentro de vós (cf. Lc 17,21). E o seu servo o apóstolo São Paulo:´Vós
sois o templo de Deus’”.[3]
Santa Faustina em seu diário diz: “A
presença de Deus me penetra e inflama o meu amor para com Ele. Não há nenhuma
palavra, apenas íntima compreensão. Mergulho toda em Deus pelo amor. Eis que o
Senhor se aproxima da morada do meu coração”.[4]
[1] Cf. Fernando
Urbina. La Persona
Humana en San Juan de la Cruz. Apostila
Carmelitas, p.4.
[2] Cf. Mosteiro das Carmelitas Descalças do Jabaquara. Curso Noções de Vida Espiritual. São
Paulo, p.5
[3] Ib. p.6.
[4] KOWALSKA, Santa M. Faustina. Diário A misericórdia Divina na minha alma. Tradução: Prof. Mariano
Kawka. Curitiba: Imprimatur, 1995, p.457.
FONTE: Ilustração: https://www.google.com.br/search?q=imagem+sobre+Morada+secreta+de+Deus&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=Cmw4LTvZI0sr0M%253A%252CsJ8XY96rY9kbjM%252C_&usg=__akghEzN5tdIBMywYk3cyUnY-5aE%3D&sa=X&ved=0ahUKEwjQqdqvmqzbAhXHUJAKHRTMCWYQ9QEIMTAE#imgrc=Cmw4LTvZI0sr0M:
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