Ciência e eu superior.
Conforme Jung, o sentido
da vida é a individuação, espécie de impulso natural da psique rumo à
concretização da potencialidade que trazemos em nós (realização da
personalidade total); e o processo de individuação é conduzido por um tipo de
centro ordenador da psique, que ele denominou self (si-mesmo) e que seria
ao mesmo tempo o centro e a totalidade da psique. O nome Self reúne todas as forças
da pessoa humana: consciência, inconsciência, sentimentos, racionalidade,
personalidade, e o próprio eu. Individuar-se significa ampliar a consciência, a
área superficial da psique. Representa separar-se da massa, do remoinho
inconsciente, e obter autonomia; representa tornar-se uma totalidade
psicológica, una e centrada, sem divisões internas: um “in-divíduo”. Este é o
caminho para a personalidade total e mais íntima realização pessoal. Para Jung o futuro da humanidade dependerá
diretamente disso: da quantidade de pessoas que conseguirem se individuar.
O processo de
individuação será sempre algo difícil. Mas ele é a base da existência. Durante
muito tempo nós o vivemos apenas superficialmente, mas em algum momento a
psique chama o ego a voltar-se para dentro, a conhecer-se, a pesquisar no
interior as verdades até então buscadas fora. A partir daí novos horizontes se
abrem para a realização pessoal.
O autoconhecimento
psicológico nos faz ver que os conflitos da humanidade acontecem primeiro
dentro de cada um, sutilmente, para depois se externar. Para Jung,
entendermo-nos com aquilo que não conhecemos de nós mesmos, é o grande passo
que falta ao Homo Sapiens. Só assim deixaremos de ver o inimigo no outro e o
reconheceremos onde sempre esteve: dentro de nós mesmos. Esta é uma verdade
simples que poucos enxergam. Mas que traz em si a força das maiores revoluções.


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